Poucos anos de vida e dezenas, centenas de presentes. Falta espaço em casa até para guardar os mimos oferecidos por pais e familiares às crianças. Se antigamente para se ter nas mãos a boneca dos sonhos ou o carrinho mais moderno os pequenos precisavam esperar o aniversário ou o Natal, hoje os brinquedos são comprados compulsivamente, na tentativa dos pais de agradar aos filhos a qualquer custo. Custo que no fim do mês chega na conta e pode deixar toda a família num aperto financeiro.
Confira as Dicas:
Mas não são as crianças as vilãs dessa história. Ao contrário, elas costumam ser as grandes vítimas do consumo exagerado. É o que pensa a psicóloga e consultora educacional Rosely Sayão que, num artigo recente, lembra que a meninada está “mais sujeita ao imperativo do ter, já que ainda não consegue avaliar criticamente as demandas nela introduzidas”.
Em contato com a publicidade ostensiva e tendo como lazer visitas a shoppings, as crianças estão expostas a diversas opções de consumo e passam a listar objetos que elas garantem querer por merecimento, reproduzindo o discurso de um adulto. A psicóloga Lais Fontenelle Pereira, coordenadora de educação e pesquisa do projeto criança e Consumo, do Instituto Alana, alerta que os presentes oferecidos a todo tempo perdem seu sentido original, que é o de causar surpresa e encantamento. “O presente não pode ser algo trivial. Os pais não precisam de datas para homenagear os filhos, mas quando fazem isso constantemente tiram deles o sentimento do inesperado”, comenta.
