Criança que foi vista, pela última vez, dentro de nós mesmos, há muitos anos.
Ela pulava, ria e ficava feliz com brinquedos velhos.
Chupava chupeta, pulava amarelinha, jogava pião, brincava na chuva, corria nas calçadas, subia nas árvores. Vibrava quando ganhava brinquedos novos.
Dava vida a latinhas, tampinhas, soldadinhos de chumbo, bonecas. Brincava de médico, era enfermeira ou paciente.
Jogava botão. Colecionava pedrinhas, figurinhas, devorava ovos de páscoa. Ah, escrevia cartinhas pra Papai Noel.
Soltava balões e brincava de “passa anel”. Batia palmas no circo, adorava zoológico, brincava de roda, ficava feliz quando se empanturrava de sorvete. Ela se emocionava ao ouvir histórias contadas pela mãe. Fazia beicinho quando a professora a colocava de castigo, mas era feliz com seus amigos, sua pureza sua inocência.
Onde ela está? Para onde foi?
Quem a vir, venha nos falar. Ainda é tempo de fazermos com que ela reviva, retomando um pouco a alegria da infância e deixando a alma dar gargalhadas. Pois, afinal, “ainda que as uvas se transformem em passas, o coração é sempre uma criança disposta a pular corda”. Para não deixar morrer essa criança que todos temos dentro de nós, deixe-a sair, sonhar, empinar papagaios porque isso é uma das poucas coisas que não custam nada.
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